Era um entardecer, e com ele vinha o cansaço, já não havia
expectativas, apenas dor, aquela que me arrastará toda minha vida. E pra
acalentar essa péssima situação, havia visitado outra casa e cai da escada. Estou
bem graças a Deus, obrigada pela preocupação. Talvez este último acontecimento,
tinha tudo pra me fazer desistir do final de semana que mudou minha história,
mas Deus cuida de cada detalhe, e não me fez desistir da minha vitória.
Colocar em palavras o que aquele final de semana foi, seria
egoísmo da minha parte. Palavras por mais bonitas e impactantes que possam ser
não suprem a beleza de estar face a face de um Deus tão misericordioso. Frases
com seus sujeitos e objetos diretos não poderiam explicar a situação em que me
encontrei aos pés de Jesus, ou sequer, expor o que foi ser limpa, abraçada,
amada e vitoriosa nos braços do meu Pai.
Carregar o peso do pecado, da luta diária e todas as
circunstâncias, faz de você escrava, faz de você alguém tão pequeno, que quando
se encontra com um príncipe, coroado de espinhos e coberto de sangue, faz a
seguinte indagação “Como pode entregar sua vida? Deixar o seu reino por mim?
Alguém tão suja, tão impura como eu” e ali fez sentido o amor que de tal
maneira se entregou por nós, mesmo sabendo que somos compostos por carne e
ossos, por pecados e desilusões.
Ele foi ao profundo, curou cada ferida exposta, curou cada
machucado que estava debaixo de sete chaves, fez tudo de novo, mesmo que a
olhos humanos seja impossível, ele refez. Ele restituiu sonhos antes mortos,
Ele me fez olhar com os olhos do alto.
Pude enfim ver um resquício do que os anjos veem. E assim
como Jacó, o enganador, lutei até ter minha benção, lutei até ver como Ele me
vê. Então, de um final de semana, ao invés de sair como enganadora sai como
Israel, aquela que vê Deus. Ainda o vejo, no momento em que vislumbre seu
rosto, caro leitor, vejo um amor tão grande, que lágrimas escorrem involuntariamente.
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